Strange dreams.



O frio congela o sangue das minhas veias, o medo ocupa o meu pensamento e ganha lugar de prestigio, ninguém quer sentir isto... sentir a incapacidade de lutar contra o nosso sangue correr mais espesso. Certifico se o meu coração ainda bate, a resposta é sim, bate regularmente como se a minha mente quisesse pregar me uma partida de mau gosto como aquelas que dão na televisão.

- O mundo está a fica pequeno. - penso eu ao sentir ele a esmagar os meus pulmões sem razão para tal. - Ninguém merece este tratamento quando há no mundo milhares de pessoas que são piores que eu. 

Começo um discurso mental para justificar a minha vontade de resistir: não posso ficar por aqui, não pode ser só isto... estou cheia de planos e de vontades, mas principalmente cheia de anos pela frente para remendar esta vida de mau estar e de objectivos deixados a meio.

Acordo em sobressalto e certifico me que o meu coração não está a abrandar novamente.

- Porque eu? - penso novamente

A minha mente está, nada subtilmente, a dizer que estou a desperdiçar a minha vida. Mas será que eu tenho feito alguma coisa para contradizer? Será que tenho aproveitado o que me deram, ou tenho eu estado a fazer o que a minha mente está a tentar fazer me ver. Será que tenho vivido com um cronometro avariado? Cheguei eu a viver sequer ?

Agora que controlei a respiração e sentada na cama começo a pensar sobre o sonho que tive, sobre a veracidade do que o meu cérebro nada subtil estava a mostrar. E é verdade, tenho medo que a vida seja só isto, só dor, só incerteza, só magoa.. só sobrevivência então travo, não vivo da maneira como quero nem completo algumas etapas. Não vim ao mundo com um manual de como as coisas funcionariam, tem dias que tanta duvida esmaga qualquer confiança em mim, descarta cada sonho que penso estar a realizar.

Então para não sentir que a vida é injusta ou "curta" o meu método de escape é ignorar, é sobreviver.



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